Confira as doenças que garantem o Auxílio-Doença sem período de carência no INSS
O auxílio-doença, também conhecido como auxílio por incapacidade temporária, é um benefício previdenciário oferecido pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) para trabalhadores que ficam temporariamente incapacitados de trabalhar devido a doenças ou acidentes.
Para ter direito ao benefício, o trabalhador precisa ter contribuído ao INSS por pelo menos 12 meses, exceto em casos de doenças graves, que podem isentar o período de carência.
Quais Doenças Dispensa a Carência para Auxílio-Doença?
A legislação do INSS lista várias doenças graves que isentam o trabalhador do período de carência para obter o auxílio-doença. Entre essas doenças, estão as seguintes:
- Tuberculose ativa: Necessita de tratamento longo e pode impossibilitar o trabalhador de realizar tarefas que exijam esforço físico.
- Hanseníase: Pode gerar danos aos nervos e incapacidade para atividades cotidianas.
- Neoplasia maligna (câncer): A gravidade da doença e os tratamentos podem levar à incapacidade temporária ou permanente.
- Cegueira: Total ou parcial, que impede a realização de atividades profissionais que exigem visão.
- Paralisia irreversível: Quando há perda funcional permanente de membros ou órgãos.
- Cardiopatia grave: Condições cardíacas severas que comprometem a capacidade de trabalho.
- Doença de Parkinson: Sintomas que prejudicam a coordenação e mobilidade.
- Espondiloartrose anquilosante: Inflamação na coluna vertebral que limita a mobilidade.
- Nefropatia grave: Insuficiência renal avançada que exige tratamentos específicos.
- Estado avançado da doença de Paget: Acomete os ossos e pode resultar em fraturas frequentes.
- Síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS): Sistema imunológico enfraquecido, que pode gerar complicações graves.
- Hepatopatia grave: Comprometimento severo do fígado que afeta as funções do corpo.
Essas condições são reconhecidas por sua gravidade e incapacidade imediata, tornando desnecessário o cumprimento do período de carência.
Outras Situações de Dispensa de Carência
Além das doenças graves, existem outras situações que também isentam o trabalhador do período de carência para obter o benefício, como:
- Acidentes de qualquer natureza: Qualquer tipo de acidente, independentemente de sua causa, que resulte em incapacidade temporária.
- Doenças relacionadas ao trabalho: Enfermedades ou acidentes ocorridos no ambiente de trabalho também garantem a dispensa da carência.
Esses casos são classificados como auxílio-doença acidentário (B91) ou auxílio-doença previdenciário comum (B31), dependendo da origem do problema.
Como Solicitar o Auxílio-Doença
O processo para solicitar o auxílio-doença exige alguns passos. O primeiro é o agendamento de uma perícia médica, essencial para comprovar a incapacidade. O agendamento pode ser feito de três formas:
- Pelo site ou aplicativo “Meu INSS”.
- Através da Central de Atendimento 135.
- Diretamente nas agências do INSS.
Na perícia médica, o trabalhador deve apresentar todos os documentos médicos que comprovem sua condição, como atestados, laudos e exames. O médico do INSS avaliará o caso e decidirá se o benefício será concedido ou não.
Impactos Econômicos e Sociais do Auxílio-Doença
O auxílio-doença tem um papel essencial na proteção social dos trabalhadores, principalmente aqueles em situações de vulnerabilidade. Para muitos, o benefício representa a principal fonte de sustento durante o período de incapacidade. Em 2023, mais de 1 milhão de brasileiros receberam esse benefício, o que demonstra sua importância para as famílias afetadas por doenças ou acidentes.
Em termos financeiros, o auxílio-doença corresponde a 91% do salário-de-benefício do trabalhador, calculado com base na média dos salários de contribuição. Nos casos de dispensa de carência, o tempo de espera é reduzido, proporcionando suporte mais imediato.
Casos Emblemáticos Reconhecidos Judicialmente
Além das doenças listadas pelo INSS, algumas condições também foram reconhecidas judicialmente como graves, o que garante o benefício sem a necessidade de cumprir o período de carência. Exemplos incluem:
- Gravidez de alto risco: Quando apresenta complicações graves que afetam a saúde da mãe ou do feto.
- Acidente vascular cerebral (AVC): Nos casos que causam paralisia irreversível.
- Esquizofrenia: Quando a doença resulta em grave alienação mental.
- Cegueira monocular: Perda de visão em um olho, o que pode prejudicar o desempenho em muitas funções.
Esses casos mostram como o sistema previdenciário pode se adaptar a condições específicas e garantir a proteção dos segurados.
Dicas para Garantir o Benefício
Para aumentar as chances de aprovação do auxílio-doença, siga estas dicas:
- Reúna documentação médica completa com laudos atualizados e detalhados.
- Se necessário, busque uma segunda opinião médica para reforçar o diagnóstico.
- Mantenha seus dados no INSS sempre atualizados, especialmente o histórico de contribuições.
- Se possível, consulte um advogado especializado em direito previdenciário para auxiliar no processo.
Mudanças Recentes nas Normas Previdenciárias
Recentemente, a Portaria Interministerial MTP/MS nº 22 trouxe modificações nas condições que dispensam a carência, ampliando o acesso a trabalhadores em situações graves. Essas mudanças visam garantir uma proteção mais inclusiva, adaptando o sistema de benefícios às novas realidades do mercado de trabalho e da saúde pública.
Compreender os requisitos e saber como solicitar o benefício pode fazer toda a diferença para quem precisa do auxílio em momentos de dificuldade.
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